OPINIÃO
Paciência para os dias atuais
Domingo, 11 de dezembro de 2022
Por: TOHRU VALADARES
Caríssimo ledor(a), a paciência não se trata de passividade, omissão, mas autocontrole, qualidade de um pessoal como disse Aurélio (dicionário). É um exercício diário de quem deseja uma qualidade de vida. Em qualquer tarefa da vida precisamos dela, mas em momentos de tribulação em que a paz parece ter fugido de nós é imprescindível, se a perdemos ficamos sem solução ou tomamos decisões erradas e precipitadas. Uma pessoa com câncer, por exemplo, o que ela pode fazer por sua doença, nada além de se tratar e ter paciência para se curar ou conviver com a doença da melhor maneira possível. Não adianta correr, só será contra o tempo. Perderá os melhores momentos e a companhia de pessoas agradáveis. É a grande chance de viver mais um tempo. A paciência vem junto com disciplina, aprender a não murmurar. A murmuração (reclamar todo tempo) deixa nosso coração ansioso e não conseguimos enxergar cada doces e belos momentos. Paulo fala da paciência em Romanos 5:3 “E não somente isso, mas também nos gloriemos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança,” só consegue ser perseverante quem tem paciência para tentar novamente ou esperar acontecer. Um dos exemplos que temos de paciência é o produtor rural, ele planta espera crescer e começa a trabalhar para a colheita. Se não tem paciência não colhe, pois deixa de cuidar achando que está demorando. Em Eclesiastes 3:1-8 percebemos que Deus nos mostra que há tempo para tudo: plantar, colher, sorrir, prantear e dançar. Esperar é preciso. Estamos passando por um momento muito complicado, onde esse ataque viral, o corona vírus 2019, mais conhecido pela alcunha de covid-19, está fazendo com que as pessoas necessitem ficar reclusas em suas casas. No entanto, ainda existe pessoas que não estão levando a sério toda essa situação, porque, ainda que seja mais ameno a contaminação seguida de óbito para as pessoas com idade inferior a faixa etária de risco, faixa etária essa acima dos 60 anos, essas pessoas são consideradas vetores, que, na área biológica, são os seres que carregam a carga viral e contaminam as outras pessoas no qual tiver contato. Os santos diziam que há dois tipos de martírio: o da morte pela espada e o da morte pela paciência. A paciência é uma forma de martírio que vence todo sofrimento. Não há barreira espiritual que não caia pela força da paciência, a qual é fruto da fé, da humildade e do abandono da vida em Deus. Foi pela paciência que a Igreja venceu todos os seus inimigos até hoje: o Império Romano, as heresias, as perseguições, o comunismo, o ateísmo, os pecados de seus filhos, entre outros. Quando os nossos pecados e fraquezas nos assustam e nos desanimam é preciso ter paciência também conosco e aceitar a nossa dura realidade. Quando é difícil caminhar depressa, então, é preciso ter paciência e aceitar caminhar devagar. A paciência do cristão não é vazia nem significa imobilismo ou resignação mórbida; tampouco perda de tempo. Não. É a certeza de que tudo está nas mãos d’Aquele que tudo pode. “Um espírito paciente vale mais que um espírito orgulhoso. O que não pudermos mudar em nós ou nos outros, deveremos aceitar com paciência, até que Deus disponha as coisas de outro modo. Ninguém perde por esperar! Maria, mãe de Jesus, é a mulher da paciência. Sempre soube esperar o desígnio de Deus se cumprir, sem se afobar, sem gritar, sem reclamar… A paciência é amiga do silêncio e da fé. “Meu filho, se entrares para o serviço de Deus (…) prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência (…) não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência” (Eclo 2,1-3). “Aceita tudo o que te acontecer; na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo caminho da humilhação” (idem 4-6). Muitos estão prontos para fazer a vontade de Deus no “Tabor da transfiguração”, mas poucos no “Calvário da crucificação”. Sejamos como Nossa Senhora, que disse o “sim” no momento da Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas o manteve na apresentação d’Ele, a fuga para o Egito, no Pretório, na perseguição ao Senhor, no caminho do Calvário e também aos pés da sua cruz. Beijar, agradecidos, esta mão invisível que, muitas vezes, permite que sejamos feridos, não para brincar com nossa fé ou testar até onde iremos aguentar, mas são nesses momentos que o grande arquiteto de todo universo permite nossa percepção e convicção do quanto somos fortes, somos seres feitos para excelência e nada menos que isso. Nenhum sofrimento vem de Deus, mas todos passamos com Ele nos amparando e cuidando de nós. Sejamos pacientes, façamos aquilo que nos é solicitado, lembrando que as pessoas que estão em suas respectivas casas não estão de isolamento: estão de distanciamento social, pois isolamento estão as pessoas que, infelizmente, contaminadas, encontram-se reclusas dentro de uma unidade de segurança de saúde em tratamento, sem poder sair hora nenhuma ou ter qualquer contato com outras pessoas. Com isso, se você está em distanciamento social, aproveite as pessoas que estão com você, lembre-se que o momento é de acolhimento e paciência. Paz&Bem.
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