OPINIÃO
Teoria da prosperidade
Domingo, 14 de abril de 2024
Por: TOHRU VALADARES
Caríssimo ledor(a), muito se fala e pouco sabe realmente sobre padronizar o entendimento na questão a fundo do que realmente seria a teoria da prosperidade, ao falarmos sobre teoria da prosperidade logo fazemos uma ligação de tudo o que é material comparado e introduzido na esfera do espiritual, analisa-se prosperidade como remuneração e a sua conquista adquirindo como uma forma de barganha.
A palavra barganha pode parecer pesada nessa situação, mas, não teríamos como colocar outra que não fosse tão assertiva quanto essa, uma troca de valores ou atos onde aquele que oferece, terá um retorno muito superior, pelo menos em tese, um lucro proporcional a duas vezes a sua oferta inicial.
Diversos líderes religiosos têm uma interpretação equivocada na hora de ensinar doutrina (prosélito) aos fiéis e liderados, pelo fato de transmudar aquilo que é, por aquilo que quer, realizam seus ensinamentos visando benefícios próprios, crendo que os fins justificam os meios.
Pois bem, de onde poderíamos destacar o surgimento desse entendimento teológico doutrinário do que realmente é ou o que deveria ser essa tal teoria da prosperidade? Fazendo um breve passeio sobre algumas designações de doutrina ou religiões, como conhecemos, dentro da doutrina protestante neopentecostal.
Teoria da prosperidade ou teologia da prosperidade é a mensagem divina, hoje assim conhecida por focar materialmente as pessoas que doam seus bens materiais, visando ajudar as obras designadas dentro da instituição religiosa, essa “recompensa”, seria duas vezes maior do que aquilo que lhes foi ofertado
Dentro da doutrina judaica, teoria da prosperidade tem a denotação diretamente com a história de perseguições e fé desse povo monoteísta e teocêntrico, nele carregam três pilares sobre a prosperidade na visão judaica, a primeira é a teoria da econômica judaica, o homem é criado a imagem e semelhança de Deus, o ensinamento judaico, a ‘Midrash’, diz que tudo que foi criado por Deus requer trabalho para mantê-lo, o segundo pilar é respeito e proteção à propriedade privada e o terceiro pilar é a acumulação de riquezas como virtude, trabalhar e desfrutar de seus bens conquistados de forma honesta e pelo seu trabalho.
No candomblé, Oxum, orixá da fertilidade, simboliza amor, união e casamento, seu elemento é a agua doce, símbolo universal da riqueza e prosperidade, ao falar em prosperidade dentro do candomblé não podemos deixar de citar a oração que é realizada para Oxum e nela pede-se amor, união familiar, proteção contra maldições e amaldiçoados, a prosperidade em sua plenitude de vida em comum a paz e harmonia, materialmente e espiritualmente.
No espiritismo, por diversas vezes a prosperidade espiritual é citada e destacada antes mesmo da material, pois a materialidade dentro da doutrina é uma passagem e a espiritualidade é uma realidade eterna, na revista Espírita de 1863, Kardec diz uma frase importante para seus doutrinados, “…quando a Sociedade humana não tem outro objetivo de atividade senão a prosperidade material e o prazer dos sentidos, ela mergulha no materialismo egoísta;”.
No catolicismo, prosperidade é uma vida de equilíbrio, onde as ferramentas nada mais são que amor e caridade, onde a caridade é destacada e indicada para poder chegar ao amor, uma religião crista e monoteísta que ensina essa prosperidade para alcançar todas as outras esferas existentes dentro do ser e até mesmo na sociedade onde se vive.
Então, poderíamos dissertar por várias páginas e dias sobre prosperidade individual ou coletiva, no entanto em meio termo e levando para um consenso geral que: Prosperidade não está no dinheiro que você ganha ou nos bens que você possui, ela é um modo de vida, onde a pessoa que faz e divide nunca será a mesma.
Devemos nos ater que prosperidade está em tudo e se relaciona com todos ao redor, é o modo que você trata as pessoas, vida que você leva é principalmente o resultado das coisas que são financiadas por suas crenças e valores, os fins não justificam os meios, se assim fosse, seria de péssimo mérito engajado.
As instituições religiosas precisam se manter de forma financeira e material, isso está mais que evidenciado, é inadmissível aceitar uma prosperidade utilizando apenas o material como moeda de troca, visando assim uma vida feliz e prospera. Quando ouvimos que temos que doar ou ofertar 50 para ganhar 100, estamos conscientes ou inconscientemente aceitando uma barganha ou até mesmo pior, querendo pagar por um mau que realizamos para alguém ou alguma coisa, sejamos sinceros, se as pessoas reconhecessem a real importância do ser humano, não precisariam pedir, pois elas fariam questão em contribuir ou até mesmo construir um lugar melhor para elas e as outras demais, o amor ao próximo é uma doação implícita e voluntario.
Portanto, sejamos claros quanto as nossas intenções e verdadeiros quanto nossas ações, prosperar é mais que ter, prosperidade é estar, fazer, dar, doar. Ser prósperos, não representa reclamar e nada realizar, pois quem muito fala, pouco faz e aqueles que curtem criticar, normalmente repudiam ser criticados, seja através da oferta, dizimo ou sentimento, a prosperidade está para você, da mesma forma que, você está para com seu irmão, o resultado incomum será uma paz de espirito apenas vivenciado por pessoas verdadeiras que sabem desfrutar, sejamos prósperos e verdadeiros, Paz&Bem.
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