SAÚDE
Quarto e último LIRAa do ano aponta aumento nos focos do Aedes aegypti
Dados mostram que 4% dos imóveis pesquisados em Valadares contam com a presença do Aedes aegypti. Mais de 90% dos focos estão dentro das residências
Segunda, 18 de novembro de 2024
O período chuvoso – entre janeiro e março – se aproxima e sabemos que ele e o calor são a combinação perfeita para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor das arboviroses.
A fim de evitar um novo aumento no número de casos de dengue, zika e chikungunya, a Prefeitura de Valadares, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), saiu na frente contratando, em outubro deste ano, seis carros fumacê para circular e controlar os vetores adultos na área urbana e rural do município.
Mesmo com o trabalho intenso dos veículos, o quarta e última edição do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) deste ano apontou um aumento significativo de focos do vetor, o que mostra que população precisa se atentar ainda mais na prevenção.
O resultado, divulgado nesta segunda-feira (18), revelou que 4,0% dos quase 6 mil imóveis pesquisados contam com a presença do Aedes aegypti. Ou seja, no universo de 100 imóveis, quatro apresentam focos do vetor. Lembrando que no LIRAa anterior, realizado em agosto deste ano, o resultado havia sido o menor dos últimos seis anos (1,8%).
O inimigo continua dentro das residências
Mais um LIRAa divulgado e mais uma vez, mais de 90% dos focos do Aedes continuam dentro das casas. Desta vez, os reservatórios de água secundários foram os campeões dos focos, com 28,7%. Na pesquisa anterior, esses locais haviam registrados 22,4% - o que significa que tivemos um aumento significativo.
Ralos, calhas e lajes estão logo atrás, com 27,1% - um número mais baixo, se comparado à pesquisa anterior, quando registraram 44,9% dos focos; em seguida, vem os vasos e pratos de plantas, com 23,1%, um pouco menor do que o de agosto deste ano, quando estavam com 24,3%.
Lixos, que no relatório anterior apareceram com 5,6% dos focos, agora alcançaram 16,3% e pneus (que estavam com 2,8%), apareceram com 4,4%.
Em caixas d’água, que no LIRAa anterior não tinham sido encontrados focos, desta vez foram registrados 0,4% e nos depósitos naturais, assim como no de agosto, não foram encontrados focos.
Aumentos nos estratos
Em relação aos bairros, o resultado também foi bem diferente do último LIRAa. Enquanto 11 estratos tiveram redução em relação à infestação pelo mosquito da dengue no LIRAa de agosto, no atual, dos 14 estratos, 12 tiveram aumento, um permaneceu estável e apenas um teve redução.
O aumento mais significativo de presença de focos do mosquito foi no estrato 13, que compreende os bairros Jardim Alice, Vila Rica, Penha, Novo Horizonte, Vale Pastoril, Caravelas, Castanheiras, Vila União, Tiradentes, Figueira do Rio Doce e Vitória, que saltou de 1,8 no terceiro LIRAa para 8,5% no atual; e também o estrato 9, que conta com os bairros Vila Império, São Cristóvão, Jardim Pérola, Kennedy, Bela Vista, Fraternidade, Vila Ozanan, São José, Nossa Senhora de Fátima e Parque Olímpico, que foi de 1,3% no LIRAa feito em agosto para 5,4% no divulgado hoje. Logo atrás está o estrato 5 (Ilha dos Araújos, JK, São Paulo, Santa Terezinha e São Tarcísio), que também alcançou o patamar de 5,4% no 4º LIRAa, contra 1,9% na pesquisa anterior.
Na sequência, vem o estrato 10, composto pelo Santa Rita que foi de 3,2% (na pesquisa de agosto deste ano) para 6,6% (no LIRAa divulgado nesta segunda-feira). Com 4,3% dos focos no último relatório, vem o estrato 2 (Grã-Duquesa, Maria Eugênia, Santo Agostinho, Morada do Vale I, Lagoa Santa, Morada do Vale, Cidade Nova, Vale Verde e Esperança), que no Levantamento de agosto atingiu os 1,3%.
O estrato 8 (Jardim do Trevo, Santa Paula, Turmalina, Posto Planalto, Sertão do Rio Doce, Retiro dos Lagos, Os Borges e Palmeiras) aumentaram de 1,3% (no LIRAa anterior) para 4,0% no atual. O estrato 3 (que abrange os bairros Santa Helena, Morro do Carapina, Nossa Senhora das Graças, Querosene, Monte Carmelo e Santa Efigênia), também subiu de 2,1% (no 3º Levantamento) para 4,4% na pesquisa divulgada hoje.
O estrato 14 (composto por Vila Isa I, Vila Ricardão, Jardim Primavera, Vila Parque Ibituruna, Elvamar e Village da Serra) chegou nos 3,9%; sendo que no relatório anterior estava com 2,1%. Em seguida, vem o estrato 4 (que engloba Vila Bretas, Vila Mariana, Morada do Acampamento, Lourdes e São Geraldo), que dobrou o número de focos em 3 meses; indo de 1,5% no de agosto para 3,0% para este LIRAa. Logo depois, vem o estrato 12 (Atalaia, Ipê, Vale do Sol, Cidade Jardim e Asteca), que saiu de 1,6% para 3,0% nesta última pesquisa.
O estrato 7 (formado pelos bairros Capim, Conjunto SIR, Universitário, Sítio das Flores, Santos Dumont I e II, Sion, Belvedere, Cardo e Floresta) teve um leve aumento; indo de 1,1% (no terceiro Levantamento) para 1,7% (no quarto e último LIRAa do ano).
Outro que teve um aumento sútil foi o estrato 6 (Centro, Esplanada, Esplanadinha e São Pedro), que foi de 1,2% no relatório anterior para 2,0% no LIRAa desta segunda-feira.
Queda e estabilidade
Na contramão de todos esses estratos está o 1, formado por Nova Vila Bretas, Mãe de Deus, Santo Antônio, Altinópolis e Planalto, que foi o único que teve uma ligeira redução durante este levantamento; caiu de 1,8 para 1,6%.
Pela terceira vez consecutiva, o estrato 11, que conta com Vila Isa, São Raimundo, Vera Cruz, Jardim Alvorada, Vila dos Montes e Vila do Sol, se manteve estável; com 2,9% dos focos.
Diante de tudo isso, a Prefeitura de Valadares, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), pretende adotar mais ações específicas em cada estrato, a fim de controlar a doença e exterminar o Aedes aegypti. E chama a atenção da população e convida os cidadãos a agirem, tirando 10 minutos por semana para tapar reservatórios secundários de água; colocar água fervente ou telas nos ralos; areia nos pratos de plantas; verificar reservatórios atrás da geladeira e do ar condicionado; cobrir caixas d’água; lavar com água e sabão os vasilhames dos animais de estimação; colocar garrafas com a boca virada para baixo; limpar calhas e lajes, manter o quintal limpo, dentre outras ações. Pois, somente com o empenho e colaboração de todos, venceremos o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya!